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15 de abril de 2025

Produção de mirtilos: um desafio cada vez mais técnico e essencial

Foto em Unsplash

A previsão da produção de mirtilos enfrenta obstáculos ambientais, técnicos e logísticos, exigindo abordagens cada vez mais sofisticadas e baseadas em dados.

A previsão de produção de mirtilos tornou-se uma ferramenta indispensável para os produtores agrícolas, à medida que a procura pelo fruto cresce e os mercados se tornam mais exigentes. Antecipar a quantidade de mirtilos disponíveis por semana é hoje uma necessidade crucial, não só para planear colheitas e entregas, mas também para garantir a sustentabilidade financeira das explorações.

Contudo, prever a produção com exatidão continua a ser um enorme desafio. Factores como o clima, a qualidade do solo, a eficiência da polinização e os métodos de gestão agrícola têm um impacto direto na produtividade. A estes juntam-se ainda questões como o controlo de pragas e doenças, a poda adequada das plantas, o sistema de irrigação e as tendências do mercado, que podem influenciar a procura e os preços.

Deste modo, o uso de dados históricos da exploração agrícola é comum, mas a precisão depende de variáveis como a idade das plantas, o número de gomos florais, a taxa de autopolinização — especialmente importante nas novas variedades — e a exposição a stresses abióticos e bióticos, como granizo ou doenças. A fórmula para estimar a produtividade inclui todos estes fatores, mas a aplicação prática exige amostragens detalhadas e demoradas, o que nem sempre é viável para os produtores.

A nível técnico, ainda se debate a dimensão ideal da amostra: algumas metodologias sugerem analisar apenas 3 a 5 plantas, enquanto outras apontam para 100 a 200 plantas por hectare, conforme a variedade de mirtilo cultivada. A margem de erro cresce com amostras reduzidas, dificultando uma previsão fiável.

A inovação tecnológica começa a oferecer soluções. A integração de sensores, câmaras e modelos de inteligência artificial permite agora monitorizar o desenvolvimento das plantas em tempo real, com base em dados térmicos (graus-dia e horas-dia) e imagens visuais dos órgãos da planta. Estes sistemas prometem revolucionar a previsão de produção de mirtilos, embora ainda estejam em desenvolvimento e careçam de mais validação científica.

 

A investigação continua em vários países, com projetos que analisam até 99 variáveis distintas, combinando genética, clima, técnicas agronómicas e algoritmos avançados. O futuro da produção de mirtilos dependerá cada vez mais desta capacidade de antecipar — com precisão — o que a terra tem para oferecer.

 

Fonte: Voz do Campo