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03 de outubro de 2025

Falta de seguros climáticos ameaça inovação sustentável nas empresas

Foto em Unsplash

A falta de seguros climáticos está a travar o investimento em inovação sustentável. Saiba como este bloqueio afeta PME e o que a FERMA recomenda para ultrapassar o impasse.

A falta de seguros climáticos está a tornar-se um dos principais entraves à inovação sustentável e à transição energética na Europa. Segundo a edição 2025 do relatório Insuring the Transition, publicado pela FERMA – Federação Europeia das Associações de Gestão de Risco, a ausência de coberturas adequadas pode travar projetos estratégicos para atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Posto isto, a FERMA alerta que muitas seguradoras continuam a retirar ou a limitar coberturas essenciais para setores como:

  • Reciclagem (risco de incêndio associado a baterias de lítio)
  • Energia solar e eólica (aumento dos prémios em 20% a 40% em 2024)
  • Projetos de captura de carbono e hidrogénio (excluídos por serem considerados “novos”)

A falta de seguros climáticos significa que empresas — em especial PME e startups — ficam expostas a riscos financeiros elevados, sem capacidade de proteção. Ao contrário das grandes companhias, estas não conseguem criar soluções próprias de seguro nem absorver perdas nos seus balanços.

Neste sentido, as seguradoras justificam as restrições com a ausência de dados históricos sobre riscos emergentes. No entanto, a FERMA identifica problemas adicionais:

  • Falta de capacidade técnica para avaliar novas tecnologias
  • Exclusões aplicadas de forma indiscriminada
  • Tarifas indiferenciadas que penalizam empresas inovadoras

O resultado é claro: a falta de seguros climáticos ameaça abrandar compromissos de sustentabilidade e travar investimentos cruciais para a transição energética.

Assim, a fim de ultrapassar este bloqueio, o relatório aponta duas prioridades:

  • Mais dados e conhecimento técnico
  • Colaboração entre seguradoras, empresas e corretores desde o início dos projetos
  • Recolha de informação partilhada em plataformas setoriais
  • Reforço de equipas técnicas com engenheiros e especialistas
  • Mudança de paradigma no setor segurador
  • Menos exclusões globais e mais avaliação individualizada
  • Prémios mais justos para empresas com gestão de risco robusta
  • Substituir o “não” definitivo por um “sim, se” com planos de mitigação


Fonte: Eco Sapo