As embalagens sustentáveis no setor alimentar estão a tornar-se numa das questões mais urgentes para a indústria, impulsionadas pela crescente consciência ambiental, pelas exigências dos consumidores e por novas regulamentações da União Europeia. 

Deste modo, as embalagens, essenciais para garantir a segurança, preservação e logística dos alimentos, também representam um desafio ambiental considerável, sobretudo devido ao seu uso único e ao curto ciclo de vida. 

Com mais de dois terços dos materiais usados no fabrico de embalagens destinadas ao setor alimentar, o impacto ambiental é evidente. Em 2020, o volume de resíduos de embalagens na União Europeia foi de 79,3 milhões de toneladas - um aumento de 25% face ao início da década. Este crescimento é também alimentado pelo comércio eletrónico e pela complexidade crescente das embalagens enquanto interface com o consumidor.

A adoção ainda limitada de práticas de economia circular por parte das empresas, como a redução, reutilização e reciclagem, contribui para práticas de descarte inadequadas, como a incineração ou o envio para aterros. A transição para embalagens sustentáveis no setor alimentar exige agora inovação e investimento, não só para satisfazer consumidores cada vez mais exigentes — especialmente os mais jovens — mas também para garantir a conformidade legal.

A União Europeia prepara-se para impor metas ambiciosas: reduzir embalagens em 5% até 2030, 10% até 2035 e 15% até 2040. A partir de 2030, embalagens de uso único, como as aplicadas a produtos frescos, serão proibidas, e substâncias como os PFAS (químicos nocivos) estarão restringidas. Tudo isto no quadro do Acordo Verde Europeu e do novo Plano de Ação para a Economia Circular.

A realidade mostra que as embalagens sustentáveis no setor alimentar deixaram de ser apenas uma tendência para se tornarem uma exigência estratégica. As empresas que não adaptarem os seus processos e produtos a esta nova lógica podem ver-se em desvantagem na atração de consumidores e investimento. Já aquelas que liderarem esta transição poderão não só prosperar, como tornar-se referência num mercado em transformação.

 

Fonte: Tecnoalimentar