A inteligência artificial na agricultura e no setor florestal já não é apenas uma promessa distante, mas sim uma realidade em crescimento, com impactos visíveis na produtividade, sustentabilidade e redução de custos. Ferramentas com base em IA estão a mudar profundamente a forma como produzimos, gerimos e colhemos alimentos e recursos florestais. 

Desde coleiras inteligentes para monitorizar o comportamento animal, até sensores que detetam pragas através de imagens ou robôs que gerem a rega e a fertilização com base em dados previsionais, a inteligência artificial na agricultura está a mostrar-se eficaz e viável.  Em zonas rurais, o risco de operar máquinas autónomas é muito menor do que em meios urbanos, o que torna mais fácil e barato implementar estas tecnologias.

Posto isto, ao contrário dos carros autónomos que circulam em cidades, as máquinas agrícolas autónomas não requerem infraestruturas tão complexas. Com sensores, navegação GPS, sistemas de decisão automática e módulos de aprendizagem, estas máquinas conseguem adaptar-se e melhorar continuamente. No entanto, mais do que a máquina em si, é necessário um ecossistema funcional: sensores de ambiente, conectividade, controlo remoto e operadores capacitados.

Apesar dos custos iniciais e da resistência à inovação, a inteligência artificial na agricultura está a tornar-se inevitável, especialmente em culturas com forte escassez de mão de obra. 

A tecnologia será sempre adotada mais rapidamente onde a necessidade for maior. Exemplo disso são as máquinas de apanha de uva e azeitona, que revolucionaram práticas culturais e reduziram drasticamente a dependência de trabalho sazonal.

Hoje, não há praticamente nenhuma operação agrícola impossível de automatizar. A limitação já não é tecnológica, mas sim económica e estrutural. À medida que a pressão por produtividade, qualidade e sustentabilidade aumenta, a IA torna-se uma aliada essencial para manter a competitividade do setor primário.

Com o tempo, surgirão máquinas cada vez mais específicas — desde colheitas seletivas em vinhas de encosta até à gestão de florestas com visão computacional. A inteligência artificial na agricultura não é uma tendência: é uma transformação silenciosa e progressiva que está a moldar o futuro do meio rural.

 

Fonte: Agroportal e AJAP