Um dos objetivos cruciais para a sociedade atual é tornar a atividade turística mais sustentável. O impacto negativo causado pelo setor deve ser, não apenas minimizado, mas também é crucial a promoção de um crescimento saudável a longo prazo, de modo a devolver mais do que se retira, no sentido de, por exemplo, regenerar os solos, melhorar ecossistemas e contribuir para as comunidades locais, oferecendo ao mesmo experiências autênticas.

Posto isto, a missão do turismo regenerativo é precisamente regenerar o ambiente através do turismo, na medida em que a tendência passa por deixar o destino em melhores condições do que se encontrou.

De acordo com Patrícia Araújo, diretora geral da Biosphere em Portugal, “o ideal é tirar o mínimo possível e devolver com crédito para ter um saldo positivo”. Acrescenta ainda que “as grandes orientações europeias ditam que todos vamos ter de trabalhar neste domínio à medida que cresce a necessidade de ação de urgência”, pelo facto de que “a procura por experiências que contribuem positivamente para os ecossistemas e comunidades locais” é cada vez maior.

Um exemplo disto é o Areias do Seixo Hotel, em Santa Cruz, onde o caminho se iniciou dois anos antes da inauguração, no ano de 2010, com uma horta e progressivamente se passou para o setor do turismo.

Por outro lado, também o projeto Terramay, no Alandroal, iniciou-se numa quinta de agricultura regenerativa para combater a desertificação dos solos. Nos dias de hoje, Anna de Brito (cofundadora do projeto), afirma que o turismo surgiu como uma “segunda vertente”, na medida em que no restaurante Raya, os visitantes podem provar “90% dos ingredientes” provenientes do solo e do rio. “Em vez de fugirmos para o espaço, devíamos olhar para o solo à nossa frente e ver o impacto negativo que fizemos nos últimos 200 anos com a industrialização”, considera.

Desta forma, existe uma evolução bastante reconhecida por parte do turismo regenerativo, contudo, o próprio conceito enfrenta algum ceticismo em comparação com o turismo sustentável, pela sua metodologia regulada e certificação.

Fonte: Jornal Expresso