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12 de setembro de 2023
Seriam necessários 1.030 novos hotéis para acolher os turistas do alojamento local
Na capital do país teriam de ser construídos 211 novos hotéis, no Porto 168 e na região do Algarve 169 unidades para acolher turistas do alojamento local.
Um estudo solicitado pela Associação do Alojamento Local (ALEP) à Nova SBE, com um inquérito realizado a 1.820 proprietários e gestores, conclui que, para acolher todos os turistas que dormem em unidades de alojamento local (AL), seria necessário construir 1.030 hotéis em todo o país, sendo 211 em Lisboa, 168 no Porto e 169 na região algarvia.
O estudo indica que o aumento da oferta era necessário “em mais de 50% para que o setor da hotelaria tradicional pudesse albergar todos os turistas que se hospedaram em AL”.
Este pedido pela ALEP teve resultado num estudo da Nova SBE, no qual é efetuada a “Avaliação de Impacto do Alojamento Local em Portugal”, assinado pelos economistas Pedro Brinca, João Bernardo Duarte e João Pedro Ferreira.
Pedro Brinca salienta o facto de não existirem “camas”, ainda que em 2019 se encontravam em funcionamento em Portugal 1.923 hotéis (110 no Porto, 224 em Lisboa e 409 no Algarve). Mantendo o rácio de dormidas por hotel, se o alojamento local desaparecesse, seriam necessárias 1.030 novas unidades hoteleiras para acolher os turistas.
Por sua vez o estudo em causa afirma que “não é possível sustentar o contributo do turismo para a economia portuguesa sem AL”, mesmo através de um “aumento das taxas de ocupação na hotelaria, nem através da construção de novos hotéis”. Isto significa que, mesmo com um aumento da taxa de ocupação para valores inéditos”, ficaria “sempre limitada a menos de 15 milhões de dormidas”, abaixo dos 38 milhões de dormidas registadas de 2019 a 2022.
O alojamento local é uma realidade em Portugal, apesar de o setor ser “muito fragmentado e de perfil de autoemprego” com 80% dos titulares a ter de uma a três unidades e 46% com um rendimento inferior a mil euros mensais. Para 39% dos proprietários, o alojamento local gera 60% do orçamento familiar.
Com as medidas previstas no Mais Habitação, “um número considerável” de proprietários tem a intenção de reduzir os novos investimentos e “a maioria” dos titulares de AL não vai “colocar a propriedade no mercado de arrendamento”, com apenas 13% a considerarem essa possibilidade.
Como solução alternativa, 57% dos proprietários de AL consideram o arrendamento de médio e longo prazo a estrangeiros e cerca de metade vai optar por usar o imóvel como segunda habitação.
Com base em números de 2019, o estudo contabiliza que o setor seja responsável por 306.096 empregos diretos e indiretos (o que representa 6,18% do total nacional). Ou seja, cada alojamento local cria “quase quatro empregos”, especifica.
Já no que respeita ao Produto Interno Bruto (PIB), a contribuição das despesas de turistas que ficaram hospedados em alojamentos locais em 2019 chegou aos 9,9 mil milhões de euros (4,64% do PIB nacional).
Fonte: ECO Sapo