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09 de outubro de 2023

Quebra de produção de castanha pode atingir os 70 a 80% em Valpaços

A quebra de produção da castanha na serra da Padrela, em Valpaços, pode chegar a atingir os 70 a 80%, com várias causas, tais como o ataque da septoriose, uma doença que afeta os castanheiros.

De acordo com o presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, a quebra de produção da castanha “É um problema acima de tudo social, devido ao impacto económico que representa uma quebra de produção, diria em alguns soutos a 100% e uma média a rondar entre os 70% a 80%, num território em que predomina a cultura da castanha”, reclamando ao Governo ajuda técnica e linhas de apoio para os agricultores.

No dia de hoje Amílcar Almeida visitou soutos na Terra Fria do concelho, juntamente com as associações do setor, bem como presidentes de juntas e produtores, de modo a observar o estado dos castanheiros que têm as folhas castanhas e amarelas, como se estivessem “queimadas”, e o ouriço não desenvolveu e caiu antecipadamente.

José Gomes Laranjo, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e dirigente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) explicou que “há aqui uma conjugação de vários fatores que deram nesta desgraça, neste flagelo. Há aqui, em primeiro lugar, um acidente climático, a conjugação de uma precipitação bastante forte, que ocorreu a partir de meados de setembro, com calor que originou o desenvolvimento deste fungo que é a septoriose do castanheiro”.

A doença da septoriose é apontada como uma das responsáveis pelas quebras verificadas na produção, uma vez que faz com que a folha do castanheiro seque e quebre antecipadamente, ficando com uma cor acastanhada e de rebordo amarelo.

O presidente da Câmara de Valpaços pediu ao governo a criação de linhas de apoio para ajudar os produtores a, por exemplo, repor o potencial produtivo ou isenções ao nível dos pagamentos à Segurança Social.

Por outro lado, foi também requisitado à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), para que sejam efetuadas análises de modo a perceber qual é o problema que afeta estes castanheiros e que tipo de tratamentos devem ser feitos para superar esta situação e prevenir em futuras produções.

As “quebras a pique” são a razão pela qual o autarca necessita de saber qual a origem deste problema na produção de castanha neste concelho em específico, que foi igualmente afetado por intempéries que provocaram problemas na produção de vinho, azeite e amêndoa.

Este grave ataque do fungo ocorre pela quarta vez em dez anos nesta zona do país, sendo que a maioria dos agricultores não fez os tratamentos preventivos com produtos à base de cobre para travar a questão, de acordo com José Gomes Laranjo. 

“Que isto sirva de sensibilização e de aprendizagem para que cada vez menos isto possa acontecer. Contrariamente a outros problemas que o castanheiro tem, este pode ser obviado se tratado”.

O prejuízo previsto encontra-se “na ordem das 12.000 toneladas de castanha, o que significa qualquer coisa como 26 milhões de euros de prejuízo”.



Fonte: Agroportal