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24 de abril de 2024

Proprietários florestais com reservas da floresta na Agricultura se não tiver meios

Os proprietários florestais estão preocupados com a mudança da tutela das florestas do Ambiente para o Ministério da Agricultura, caso esta não seja acompanhada de meios financeiros.

Devido à mudança de tutela das florestas do Ambiente para o Ministério da Agricultura, a Federação Nacional de Associações demonstra alguma preocupação pelo acompanhamento de meios financeiros, apesar de a associação de empresas florestais concordar com a alteração.

“Somos contra a Secretaria de Estado das Florestas ter ido para a Agricultura, salvaguardando se levar os recursos todos que tinham disponíveis e não eram assim tão poucos”, de acordo com Luís Damas, presidente da Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF), em declarações à Lusa.

O presidente acrescentou ainda que se está a falar “de muitos milhões, se não levarem e se não forem gastos no que estavam a ser gastos ou noutras medidas que este Governo venha a implementar para o ordenamento do território florestal, vimos com alguma dificuldade a Secretaria de Estado e as florestas terem o peso que já estavam a ter, portanto, a aplicar medidas e dinheiro e a mudar até a estrutura da floresta no interior”.

O atual governo alterou a tutela das florestas, passando as mesmas do Ministério do Ambiente para o Ministério da Agricultura, com uma mudança na orgânica do executivo anterior. Deste modo, a pasta da Agricultura e Pescas está agora entregue ao antigo eurodeputado José Manuel Fernandes.

De acordo com o presidente da FNAPF, quando as florestas estavam inseridas no Ministério do Ambiente, todos os projetos foram pagos pelo Fundo Ambiental.

“Dantes, havia um Fundo Florestal, que era só para as equipas de sapadores, para os gabinetes florestais, mas este Fundo Florestal foi absorvido pelo Fundo Ambiental. O que se passa é que a floresta passou outra vez para a Agricultura e se não trouxer dinheiro agarrado […] isso pode ficar comprometido”, salientou Luís Damas.

Por sua vez, Luís afirma ainda que receia que se ponham em causa os vários projetos de proteção e valorização embora entenda a mudança para o Ministério da Agricultura, “porque floresta não vai ser só a madeira, nem cortiça”.

“O que vai valer na floresta é as folhas, é a retenção do carbono, é os bens que fazem o ecossistema, como a água da barragem de Castelo do Bode para os lisboetas, o oxigénio, a paisagem”, considerou, defendendo que “os produtores não podem viver só já da produção da madeira, nem da cortiça, nem dos produtos, têm também de ser compensados pelos valores ambientais que a própria floresta dá à sociedade”.

Segundo Luís Damas, a floresta “estava a fazer esse caminho” e a mudança pode levar a uma visão “só de produção”, quando “a floresta produz também muito ambiente” e os proprietários têm “que ser ressarcidos e pagos por esse bem” que estão “a dar à sociedade”.

Por isso, defendeu, os recursos afetos à Secretaria de Estado das Florestas devem ser transferidos para o Ministério da Agricultura, caso contrário vai-se “passar outra vez a ter uma floresta que é o parente pobre da agricultura, como sempre foi”.

 

Fonte: Agroportal