A Associação Empresarial de Portugal (AEP) organizou, no dia de ontem, o colóquio que assinala o programa Portugal Sou Eu, lançado no fim de 2012 pelo Governo e financiado pelo Compete 2020, mediante o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e gerido pela AEP, pela Associação Industrial Portuguesa-Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI), pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pelo IAPMEI.
Desde o seu começo, os resultados deste programa são, segundo os promotores, positivos. O presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, afirma que “o programa Portugal Sou Eu contribuiu para melhorar o equilíbrio externo, quer pela via da valorização da oferta nacional, quer pela substituição competitiva de importações, abrangendo os bens de consumo e, mais recentemente, de forma mais intensa, os bens intermédios”.
“Não podemos negligenciar que as importações de bens intermédios representam aproximadamente um terço do valor global das importações de bens, pelo que o Portugal Sou Eu revela um elevado potencial de afirmação de um modelo de economia circular, de equilíbrio da balança comercial e, por essa via, de contributo para o crescimento do PIB”, afirmou ainda.
Por sua vez, relativamente à valorização da oferta nacional, “é importante sublinhar que o consumo privado tem um peso superior a 60% do PIB, o que demonstra a importância do programa para a trajetória de crescimento económico. Ao valorizar a oferta nacional - produzir mais e com mais valor - o Portugal Sou Eu tem contribuído igualmente para alcançar o aumento do peso de outra importante componente no PIB: as exportações e, desse modo, atingir a meta definida por Portugal para a intensidade exportadora: 53% do PI em 2030”.

Luís Miguel Ribeiro refere que “contudo, não podemos deixar de sublinhar que, ao nível da intensidade exportadora, a nossa ambição deve ser ainda maior, por forma a posicionar Portugal numa situação mais próxima da registada por países europeus de dimensão semelhante ao nosso, onde o peso das exportações no PIB ultrapassa os 70%”.

Com cerca de 4.400 empresas e 1.200 estabelecimentos aderentes, dentro do ‘Portugal Sou Eu’ encontram-se qualificados mais de 19 mil produtos e serviços que, no conjunto, representam um volume de negócios agregado superior a 12 mil milhões de euros, sendo que muitos dos produtos apresentam a sua marca registada, onde 57% se tratam de produtos do setor alimentar e de bebidas e 23% são relativos ao artesanato.

O objetivo do programa passa por divulgar e valorizar a oferta nacional, realçando ainda mais a importância económica e social dos portugueses ao consumo de produtos nacionais, através de ações de sensibilização que promovem escolhas de consumo informadas.

Com o intuito de valorizar o setor primário, a indústria, os serviços, o artesanato, o comércio, a restauração e o alojamento com restauração, o ‘Portugal Sou Eu’ certifica, mediante um selo, os produtos e serviços que geram valor no país, na medida em que a certificação calcula-se com base numa norma de incorporação nacional, transversal e aplicável a todos os setores de atividade, que considera também outros fatores como marcas e patentes, impacto no emprego e valor acrescentado.

No dia de ontem, na Exponor, o Portugal Sou Eu reuniu as empresas aderentes ao programa para festejar os 10 anos de atividade.

Fonte: Jornal Económico