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29 de agosto de 2024
Produtores de leite querem mais estabilidade para garantir equilíbrio do setor
Foto em Unsplash
A Associação dos Produtores de Leite de Portugal apelou aos responsáveis políticos, pedindo uma maior estabilidade para garantir equilíbrio no setor.
No dia de ontem, a Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) pediu aos responsáveis políticos, setor cooperativo, distribuição e indústria de laticínios que garantam uma maior estabilidade aos produtores, através de contratos de longa duração e com perspectivas de crescimento.
Em comunicado, a associação fez o apelo após ter o conhecimento de que “pelo menos 14 produtores de leite, entre os que fornecem atualmente a marca ‘Pingo Doce’, através da empresa ‘Terra Alegre’, foram surpreendidos com a informação que serão dispensados e terão de procurar novo comprador de leite a partir de janeiro de 2025”.
De acordo com a Aprolep, “a situação não resulta de qualquer falha por parte dos produtores, mas foi comunicado que o comprador pretende reduzir a quantidade de leite que adquire”.
“Esta atitude é surpreendente porque passaram apenas dois anos desde que estes produtores foram convidados a fornecer esta cadeia alimentar com a expectativa de um contrato de longa duração e perspectivas de crescimento”, salienta a associação, defendendo que “estes produtores arriscaram mudar de comprador para poderem aumentar a produção e ganharem uma dimensão sustentável para encarar os desafios do futuro”.
O secretário-geral da Aprolep, Carlos Neves, afirmou à agência Lusa que, no conjunto, os produtores a dispensar tinham contratado um fornecimento de 20 milhões de litros/ano à Terra Alegre, variando o preço por litro “conforme o mercado”.
Do lado da Terra Alegre, as informações dadas à agência Lusa referiram que “como é prática no setor do leite, revê os contratos anualmente em função da sua gestão de ‘stocks’ existentes e das condições de produção e de mercado em geral”.
“Quando do exercício de planeamento resulta que as necessidades de matéria-prima são menores, como verifica atualmente, a Terra Alegre procura minimizar o impacto sobre os produtores, trabalhando de forma atempada (aviso prévio) e próxima com cada produtor para encontrar soluções para cada caso concreto”.
Além disto, a Terra Alegre assegura que a sua conduta se “pauta por uma relação responsável e respeitadora com os produtores com que trabalha, nu espírito de verdadeira parceria”.
Para a Aprolep, esta é, contudo, uma “situação preocupante” que “será grave para todo o setor se não surgirem indústrias ou cooperativas com capacidade para comprar e valorizar esse leite de forma estável e com um preço sustentável, capaz de cobrir os custos de produção”.
“É difícil perceber a dificuldade em escoar e valorizar o leite português, quando Portugal continua a ser deficitário no setor dos laticínios, sobretudo devido à importação dos milhões de euros em queijos e iogurtes”.
Neste sentido, a associação “lança um alerta e um apelo aos responsáveis
Neste contexto, a associação “lança um alerta e um apelo aos responsáveis políticos, ao setor da distribuição, à indústria de laticínios e ao setor cooperativo”, para que analisem esta situação “com cuidado e responsabilidade, procurando as melhores soluções” para o destino do leite, dos produtores, dos seus funcionários e das suas famílias.
O objetivo, enfatiza, é “não criar um desequilíbrio no mercado que desvalorize o leite português e coloque em causa todo o setor”.
Fonte: Agroportal