Caso o ritmo da produção de miolo de amêndoa se mantenha, Portugal pode chegar a fazer parte dos cinco maiores produtores de amêndoa do mundo, de acordo com a Portugal Nuts, em declarações à agência Lusa.

Segundo António Saraiva, diretor executivo da Portugal Nuts, “há mais pomares instalados que, quando atingirem a maturidade”, farão com que a produção nacional chegue “a 30.000 ou a 35.000 toneladas”, sendo que o total estimado para este ano foi 20.000 toneladas.

Desta forma, o crescimento da produção de amêndoa, afirma a Portugal Nuts, trata-se de “um processo gradual”, uma vez que as amendoeiras “vão produzindo um pouco mais até atingir o pico”, sendo que “se os pressupostos se mantiverem”, a produção poderá atingir tais níveis em cinco anos.

O balanço da campanha de frutos secos é falado pelo diretor executivo da Portugal Nuts, que afirma que os produtores do sul do país têm um grande mérito por fazerem a produção subir.

Além disto, António Saraiva refere que este tipo de cultura tem ganho mais reconhecimento “pelo preço e rentabilidade” envolvida, bem como pelas condições do próprio país, desde a disponibilidade de terra, água ao clima. É ainda destacado que existe “a possibilidade de produzirmos ao lado de um mercado importante, que é Espanha, um dos maiores importadores de amêndoa do mundo e que tem uma indústria muito grande”.

Portugal começa a fazer-se notar dentro da produção de amêndoa, com uma quota de “1% da produção mundial” deste fruto seco. As perspectivas do representante da Portugal Nuts são otimistas, com a intenção de multiplicar a produção, com a possibilidade de “chegar a 4% ou 5% da produção mundial” e ultrapassar, dentro de cinco anos, países como a Itália ou Turquia, quarto e quinto maiores produtores, respetivamente.
Contrariamente aos EUA, a amêndoa produzida em Portugal é diferenciada e o setor português “é mais eficiente e sustentável na utilização dos fatores de produção”.

“Os europeus que importam querem canalizá-la [a amêndoa produzida nos EUA]  mais para a indústria alimentar, bolos e snacks e a nossa para consumo em fresco, porque tem características melhores e algumas variedades têm um tamanho bastante grande e são mais saborosas”.

De acordo com a Portugal Nuts, este aumento da produção esperado irá implicar “o aparecimento de uma indústria” no país dedicada ao descasque e aos derivados da amêndoa.

O balanço da campanha dos frutos secos está hoje a ser efetuado em Borba, no distrito de Évora, no Pavilhão de Eventos do Parque de Feiras e Exposições local, numa organização conjunta da Portugal Nuts – Associação de Promoção de Frutos Secos, Centro Nacional de Competências de Frutos Secos (CNCFS) e Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN).

Fonte: Agroportal