A Portugal Bugs deixa clara a confiança na evolução do mercado de proteína de inseto, através do investimento de 650 mil euros que se prepara para utilizar até ao final deste ano.

A cofundadora da microempresa, Sara Martins, refere, em entrevista ao Jornal Económico, que o capital vai ser mobilizado para a estratégia de comercialização da marca em novos mercados e, ainda, para o reforço da equipa, cujos únicos trabalhadores são os dois sócios fundadores.

Os mercados em que estão a pensar incidir são o francês, o holandês e o belga, “apesar de já estarmos em Espanha, queremos consolidar  [a atividade] no mercado português e espanhol”.

Segundo Sara Martins, este tipo de proteína já é recomendado por nutricionistas. “Alguns nutricionistas também aprovam o consumo desta proteína”, afirmou, apontando para a recomendação da introdução de inseto na alimentação em “vários estudos científicos de análise do nível nutricional” deste alimento. “Larvas e grilos têm em média 60 gramas em cada 100 de proteínas, além de serem compostas por ácidos gordos e ricas em alguns minerais, como o ferro”.

Atualmente, a startup pioneira em Portugal no desenvolvimento, fabrico e comercialização de produtos à base de insetos está representada nas superfícies da Sonae, Auchan, Apolónia Supermercados, Intermarché, e, no estrangeiro, da cadeia de supermercados espanhola Alcampo, que integra o Grupo Auchan.

“Somos uma empresa muito recente, apenas com dois anos. Fomos a primeira empresa – e neste momento única – com produtos no mercado com inseto. Para já, ainda fornecemos produtos apenas para um nicho de pessoas, muito por na nossa cultura ocidental não ser tão normal o consumo de insetos. Tendo em conta que já houve a aprovação do mercado e que estes dois anos correram bem, o crescimento pode ser maior. É um mercado com potencial e que está a ser promovido pela Comissão Europeia e pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura)”. 

Os produtos da Portugal Bugs mantêm-se, assim, nas prateleiras de várias superfícies comercias, dada a “repetição de compra por parte dos consumidores e a continuidade da procura”, como os números que chegaram à empresa portuguesa por um dos grupos de retalho comprovam. 

Fonte: Jornal Económico