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17 de julho de 2023

Os oceanos estão a mudar de cor e ficaram mais verdes nos últimos 20 anos

De acordo com um novo estudo, a cor do oceano mudou de forma drástica, derivado possivelmente das alterações climáticas.

Cerca de 56% do oceano mudou de cor nas últimas duas décadas, com uma cor mais esverdeada, fenómeno impossível de explicar através da variabilidade natural, de acordo com o estudo publicado na semana passada na revista Nature, salientando que as alterações são particularmente notadas nas latitudes mais baixas, próximas do equador.
Um investigador na Universidade de Southampton, Reino Unido e Coordenador do estudo, B. B. Cael afirmou que “a razão pela qual nos preocupamos não é devido à cor, mas porque é um reflexo das mudanças no estado do ecossistema”, existindo “mudanças na cor que estão a surgir significativamente em quase todo o oceano dos trópicos ou subtrópicos”.

A própria cor do oceano vai derivando dos materiais encontrados nas suas camadas superiores. Por sua vez, a equipa de Cael incidiu em 20 anos de observações do satélite Modis-Aqua, da NASA, com o objetivo de descobrir padrões de mudança da tonalidade do oceano, mediante um espectro de cores bastante completo, que contém o vermelho e o azul.

A coautora do estudo Stephanie Dutkiewicz afirmou que não é muito claro o modo como os ecossistemas mudam, porém, provavelmente, pode dever-se ao facto de algumas áreas terem menos fitoplâncton e outras mais. Se ocorrer alguma alteração no fitoplâncton, a cadeia alimentar será afetada, afetando também a capacidade de o oceano agir como reserva de carbono, tornando a concentração de dióxido de carbono mais alta e acelerando ainda mais as alterações climáticas.

Por sua vez, o fitoplâncton é um ponto fulcral para os ecossistemas dos oceanos, uma vez que forma a base de uma teia alimentar que sustenta organismos maiores, como krill, peixes, aves marinhas e mamíferos. Cada tipo de plâncton absorve diversas quantidades de carbono.

Os investigadores acompanham as mudanças de cor do oceano a partir do satélite Aqua, identificando diferenças que não são visíveis ao olho humano. Entre 2022 e 2022, foram analisados dados de variação de cores, para posteriormente modelos de mudança climática para simular o que poderia acontecer com os oceanos, segundo vários cenários de aquecimento global. 

A tendência, efetuada pelas simulações, é que continuem a ocorrer mudanças de cor, sendo que essas irão corresponder ao que Dutkiewicz previa: se os gases de efeito de estufa foram adicionados à atmosfera, cerca de 50% dos oceanos muda de cor. Em resumo, compreende-se que os modelos efetuados pelos cientistas, têm uma relação de causa-efeito entre as alterações climáticas e o esverdeamento do oceano.

 

Fonte: Visão