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25 de janeiro de 2024

Os desafios do resíduo zero

Neste artigo são explorados os desafios do resíduo zero, nomeadamente da sua produção e certificação.

Ocorreu um movimento de marketing nos últimos anos no que toca à segurança alimentar do que consomem, que se traduziu no segmento de mercado denominado “resíduo zero” para produtos agrícolas, mais especificamente hortofrutícolas.

Posto isto, o “resíduo zero” trata-se de uma forma de produção sem regulamentação legal específica, por decisão voluntária do produtor e dos restantes players da cadeia de comercialização, que fica abaixo dos LMR (Limite Máximo de Resíduo) da UE, valores estes que não comprometem a saúde pública tendo em conta o teor de resíduos presentes. 

Os valores inferiores ao LMR são definidos de forma casuística, cadeia a cadeia de abastecimento alimentar, exigindo-o dos fornecedores, sendo este um valor bastante importante no que toca ao acesso a determinado mercado ou cliente. Assim sendo, compreende-se que não existe resíduo zero, mas sim um teor abaixo de determinado limiar, correntemente menos 0,01 ppm.

As estratégias para a certificação de produção em “resíduo zero” ajudam a credibilizar o próprio sistema, com a origem de uma exigência por parte dos supermercados aos seus fornecedores.

Posto isto, os desafios dos agricultores para obter uma produção “resíduo zero” passam por:

  • Existir a necessidade de apresentar maiores competências no conhecimento sobre solos saudáveis, fitopatologias, produtos, fitofarmacêuticos ou não, com o intuito de utilizar os que previnem ou são menos nocivos para os ecossistemas e para o ser humano;
  • A dificuldade de acesso ao apoio técnico de agronomia de campo especializada que auxiliem a implementar de forma eficiente e eficaz as práticas culturais e a aplicação dos produtos que sejam mais adequados que os levem a cumprir os requisitos para obterem produções “resíduo zero” assim como, ajudarem com registos e evidências para obterem de um modo mais prático e com menos custos, as certificações;
  • Não haver qualquer certeza de que as alterações de custos geram valor acrescentado na comercialização das produções, não sendo por sua vez certo que a produção “resíduo zero” seja sinónimo de maior sustentabilidade económica para a própria atividade;
  • A obrigação de ganhar escala de produção para ser mais realista e enfrentar com sucesso os 3 desafios anteriores.

 

Fonte: Revista Voz do Campo, nº277, 24, janeiro