Os recursos do planeta estão a ser esgotados cada vez mais, uma vez que todos os anos a preocupação com as emissões de gases com efeito de estufa e outras atividades poluentes tem levado a que o tema das energias renováveis receba mais atenção.

Mesmo com o foco colocado nas energias renováveis, existe um processo lento inerente às mesmas, que se justifica pelas diversas adversidades apontadas na sua implementação.

De acordo com o estudo global da KPMG, “Mudar a maré na expansão das energias renováveis”, reconhecer esses desafios é algo crucial, bem como compreender de que forma podem ser superados, onde a realidade em diversos países é avaliada.

Susana Abreu, Partner de Audit & Assurance da KPMG Portugal, em entrevista, apresenta os resultados desse estudo, e que resultaram na enumeração de dez desafios que vão definir a era das energias renováveis: "Olhando de uma forma transversal para a informação que o estudo nos fornece, podemos falar dos seguintes desafios: pouca flexibilidade dos mercados; a relativa dificuldade de acesso a capital; falta de investimento em infraestruturas; dificuldades com planeamento e licenciamento; as limitações nas soluções de armazenamento; a complexidade das cadeias de abastecimento; o difícil acesso a matérias primas; necessidade de preservação da natureza e biodiversidade, licença social para operar e, finalmente, a necessidade de potenciar investimentos em renováveis em mercados emergentes.”

Por outro lado, o estudo focou-se também nas soluções para que os desafios passem pela atualização da rede, a fim de integrar mais renováveis, pelo investimento em edifícios para que sejam mais eficientes do ponto de vista energético, e pela eletrificação dos transportes.

Segundo Susana Abreu, “Estas são algumas das medidas para as quais é necessária disponibilidade de capital. No passado, as energias renováveis de capital intensivo beneficiaram de taxas de juro baixas, sistemas de incentivo e baixas taxas de inflação, que mantiveram o custo do capital relativamente baixo. Mas a subida das taxas de juros aumentou significativamente o custo do capital para os projetos de energias renováveis, o que tem dificultado a sua adoção”.

Foram também destacada a importância de assegurar uma maior fluidez das cadeias de abastecimento, uma vez que os problemas aqui presentes “têm sido uma das principais causas de atrasos nos projetos de energia eólica offshore. Os conflitos internacionais também têm sido um fator de limitação para o desenvolvimento da adoção e produção de energias renováveis, sendo necessário identificar alternativas no que diz respeito às cadeias de abastecimento”.

Fonte: ECO Sapo