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23 de janeiro de 2024
O impacto do consumo de carne na nossa saúde
Foto de Victoria Shes in Unsplash
Descubra aqui qual o impacto do consumo de carne na nossa saúde e de que forma este alimento afeta o nosso corpo.
A carne é e sempre foi uma grande fonte alimentar, cujos nutrientes são bastante valiosos para o corpo, sendo absorvidos facilmente. Por sua vez, a carne apresenta também um papel relevante nas tradições e receitas de muitas famílias da Europa. O corpo humano apresenta uma adaptação inclinada para o consumo de carne dentro da sua dieta equilibrada.
Deste modo, muitos dos nutrientes presentes na carne não são encontrados em outros tipos de alimentos, na medida em que a própria carne é uma excelente fonte de vitaminas, minerais e micronutrientes. Como exemplo disto temos o facto de que uma porção de 100g de carne vermelha irá fornecer cerca de 25% da dose diária recomendada de riboflavina, niacina, vitaminas B5 e B6, e dois terços da vitamina B12.
Contrariamente, uma dieta fraca em carne pode colocar em risco o desenvolvimento do cérebro e do sistema reprodutor, bem como se trata de um alimento essencial para os primeiros 1000 dias de vida de um bebé e para o desenvolvimento do esqueleto e do cérebro dos pré-adolescentes.
Neste sentido, o impacto da carne na nossa saúde tem diversos pontos positivos, como por exemplo a presença de vários compostos bioativos importantes na carne e nos produtos transformados à base de carne, tais como a vitamina B1, o ferro, o zinco, a colina, a L-carnitina, o ácido linoleico conjugado (CLA), a glutationa, a taurina e a creatina, cujas propriedades fisiológicas foram estudadas.
O ácido linoleico conjugado, por exemplo, tem atraído uma atenção significativa nas últimas duas décadas pelos seus efeitos biologicamente benéficos. O CLA modula as respostas imunitárias e inflamatórias e melhora a massa óssea, enquanto a carnosina possui fortes atividades antioxidantes e anti-genotóxicas, incluindo o anti-envelhecimento das células.
Numa perspetiva evolutiva, o ser humano desenvolve-se como omnívoro e a carne tem sido uma componente central da sua dieta há milhões de anos.
De um modo geral, as afirmações sobre os perigos da carne para a saúde são improváveis à luz da nossa história evolutiva, como também estão longe de ser apoiadas por provas científicas sólidas. A maioria das provas que relacionam o consumo de carne vermelha e transformada com o cancro e as patologias colorretais é observacional e baseia-se em consumos de carne vermelha e transformada que excedem os consumos médios da maioria dos países europeus.
Foi comprovado por um estudo no Reino Unido que existem taxas semelhantes de cancro do intestino/colorretal em vegetarianos e comedores de carne, sugerindo que o consumo de carne em geral não se trata de uma das principais causas desta doença.
Consequentemente, a relação entre alimentação, carne e cancro é bastante difícil de estudar porque existem muitos elementos, reais ou aparentes, que podem favorecer o aparecimento e o desenvolvimento do cancro.
Por outras palavras, não é possível dizer: "Se comer carne processada, vai certamente ter cancro colorrectal". Da mesma forma, não é possível dizer que, se alguém for exposto a um agente cancerígeno, irá certamente contrair cancro. Os cientistas defendem a premissa de que "carcinogénico" é algo que, tomado em determinadas doses e durante um determinado período, pode aumentar o risco de desenvolver um determinado tipo de cancro ao longo da vida. No entanto, quando esta informação é partilhada com o público em geral, a interpretação é frequentemente a de que se uma substância ou um alimento é carcinogénico, é porque causa certamente cancro.
O facto de este mal-entendido ocorrer deve-se à crença de que se não se comer um alimento com uma substância cancerígena, seguramente não irá aparecer cancro nessa mesma pessoa. Isto não é verdade, podemos ter, e estatisticamente isso acontece, cancro do pulmão mesmo que não fumemos e cancro do cólon mesmo que sejamos estritamente veganos.
Afirmar que "a carne transformada é como o tabaco ou o amianto" é profundamente incorreto e, certamente, não presta qualquer serviço à opinião pública ou ao conhecimento. Os agentes cancerígenos são diferentes, mas não compete à IARC classificar esse aspeto. Há também um ponto interessante no que respeita às quantidades de consumo investigadas pelo IARC, que são 50 gramas de carne processada ou 100 gramas de carne vermelha por dia.
Este nível de consumo é muito mais elevado do que o dos consumidores europeus e, em geral, do resto do mundo. Por todas estas razões, a carne e os produtos transformados à base de carne podem ser consumidos com segurança no âmbito de regimes alimentares saudáveis e equilibrados, mas o mais importante para as autoridades é comunicar estes conceitos de forma clara e correcta.
Fonte: European Livestock Voice