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Política Agrícola Comum precisa de metas ambientais mais bem definidas – TCE
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01 de outubro de 2024
Nova estratégia de financiamento promove conservação da biodiversidade em Portugal
Foto em Unsplash
O Think Tank NaturaConnect.PT propõe medidas inovadoras para a conservação da biodiversidade em Portugal, com a mobilização de 260 milhões de euros anuais.
O Think Tank NaturaConnect.PT, numa iniciativa da Universidade de Évora, em parceria com várias entidades públicas e privadas, divulgou um conjunto de recomendações para garantir o financiamento da conservação da biodiversidade em Portugal.
O documento surge num momento crítico, em que mais de 80% dos habitats protegidos e 70% das espécies não-aves na União Europeia enfrentam um estado desfavorável, segundo a Agência Europeia do Ambiente.
Deste modo, com o objetivo de corresponder às exigências da Estratégia Europeia da Biodiversidade (EEB 2030), Portugal necessita de mobilizar no mínimo 260 milhões de euros anualmente. Segundo Miguel Bastos Araújo, coordenador do Think Tank e titular da Cátedra de Biodiversidade “Rui Nabeiro”, a predominância da propriedade privada em Portugal (97%) exige soluções articuladas e financiamento que forneçam compromissos a longo prazo.
As propostas do Think Tank incluem a revisão de subsídios que afetam negativamente a biodiversidade, a otimização de fundos europeus para aquisição de terras, e o fortalecimento do conceito de poluidor-pagador, bem como a criação de um mercado de créditos de biodiversidade e uma figura legal de “servidão de conservação” para aumentar a confiança de investidores privados.
Face a isto, a degradação da biodiversidade não se trata apenas de uma questão ecológica, mas também de uma ameaça à saúde das sociedades. Miguel Araújo salienta os episódios recentes que têm vindo a ocorrer, tais como os incêndios devastadores, que exemplificam a urgência de se promoverem paisagens mais biodiversas a fim de minimizar o impacto de calamidades naturais.
Investir na biodiversidade assegura a continuidade dos serviços ecológicos fundamentais, bem como o bem-estar das populações e a resiliência contra futuras crises ambientais.
Neste sentido, o desafio é alinhar o setor privado com os objetivos de conservação, para criar incentivos eficazes para uma gestão sustentável do território e um futuro mais sustentável para todos.
Fonte: Revista Voz do Campo