Portugal trata-se de um dos países da Europa onde a população do setor agrícola é bastante envelhecida, sendo que 52% dos agricultores portugueses têm mais de 65 anos e apenas 4% dos agricultores não ultrapassa os 40 anos de idade, segundo dados do PDR2020 de 2021.

O envelhecimento dos agricultores europeus é um dos maiores desafios que as zonas rurais enfrentam, principalmente em Portugal, onde os números são preocupantes.

Posto isto, a procura em instalar mais Jovens Agricultores, com o devido acompanhamento, deve ser uma prioridade das políticas agrícolas nacionais, o que não tem ocorrido nos últimos anos.

Portugal apresenta os produtores agrícolas mais envelhecidos da UE-27, com os 52% acima mencionados, bem como apresenta um peso menor dos Jovens Agricultores, com 1,9% de produtores com menos de 35 anos, apenas à frente de Chipre que apresenta 1,3%.

De acordo com estes dados, a AJAP considera que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum para Portugal (PEPAC) deveria ser mais ambiciosos no número de Jovens Agricultores e instalar.

São apenas 2685 os Jovens Agricultores de Portugal, número preocupante tendo em conta o grau de envelhecimento da população agrícola em Portugal.

Se não existirem políticas públicas firmes e estáveis ao longo dos anos, que ajudem de forma eficiente a contrariar a tendência do abandono do setor e do envelhecimento, não se conseguem proteger e dinamizar os territórios rurais.

Deste modo, torna-se fulcral uma aposta clara na renovação geracional da Agricultura Portuguesa e na dinamização económica e social dos territórios rurais.

Pelo facto de em março um novo governo ser constituído, o setor agrícola deve ser um setor estratégico para Portugal. 

Uma agricultura robusta e íntegra proporciona a soberania alimentar, com políticas públicas fortes que defendam os interesses dos agricultores, nas infraestruturas necessárias, como por exemplo, a água para regadio ou no apoio ao investimento nas explorações. 

Fonte: Edição de fevereiro de 2024, Revista Voz do Campo