redução na colheita de vinho
Produção de Vinho em Portugal Encolhe 8% na Próxima Campanha
agricultura em Portugal
AJAP celebra apoios de €300 milhões para agricultura em Portugal
redução na colheita de vinho
Produção de Vinho em Portugal Encolhe 8% na Próxima Campanha
agricultura em Portugal
AJAP celebra apoios de €300 milhões para agricultura em Portugal

09 de agosto de 2024

Inovação na Extração de Azeite: A Revolução dos Lagares 4.0

Foto em Unsplash

A transição para o sistema de duas fases trouxe benefícios ambientais e novos desafios económicos para a indústria do azeite, trazendo um meio de inovação na Extração de azeite.

Desde os anos 90 do século passado, a indústria do azeite tem-se adaptado a novas tecnologias com a introdução da extração de azeite pelo sistema de “duas fases”. Esta mudança eliminou o problema ambiental das chamadas "águas ruças", resíduos difíceis de tratar gerados pelo sistema de três fases, mas também originou um novo desafio: a geração de bagaço úmido, que possui teores de umidade superiores a 65% e acarreta dificuldades para a sua utilização direta.

Para contornar este obstáculo, foram necessárias grandes instalações de secagem, que utilizam secadores do tipo Trommel. Este processo transforma o bagaço húmido em bagaço seco, com uma humidade reduzida para cerca de 15 a 20%. Os benefícios económicos emergentes da nova fase na fileira do azeite são significativos, já que as instalações passaram a lucrar através do pagamento recebido dos lagares pela tonelada de bagaço entregue, bem como pela venda dos caroços extraídos e pela comercialização de óleo de bagaço extraído com solventes.

Por outro lado, os bagaços tratados podem ser utilizados na queima em caldeiras, para a indústria de alimentos concentrados para animais ou na produção de fertilizantes orgânicos.

Cientes de que uma nova abordagem poderia aumentar as receitas, os lagares de azeite começaram a implementar a linha de “repasso”, com a instalação de um novo decanter que retira os caroços das azeitonas e otimiza a extração do azeite. Assim, os lagares não só facilitam a produção de azeite virgem e virgem extra, mas também comercializam caroços para queima e azeite lampante, que deve ser refinado.

Os lagares mais modernos, conhecidos como "lagares 4.0", avançaram ainda mais ao substituir a linha de “repasso” por decanters equipados com sensores NIR e softwares de Inteligência Artificial. Esta tecnologia de ponta permite ajustes em tempo real nos processos de operação, eliminando a necessidade de intervenção humana e minimizando a perda de gordura nos bagaços úmidos.

Todas estas inovações melhoram a eficiência na extração de azeite, bem como sinalizam uma mudança significativa e sustentável na indústria, conferindo um novo valor aos subprodutos da oliveira e contribuindo para um mercado oleiro mais rentável e responsável.



Fonte: Voz do Campo