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01 de agosto de 2024

Estatísticas Agrícolas de 2023 Revelam Desafios e Crescimentos no Setor

Foto em INE

O Instituto Nacional de Estatística apresenta um panorama de 2023 detalhado das Estatísticas Agrícolas em Portugal, destacando variações na produção e impactos climáticos.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou recentemente a edição de 2023 das “Estatísticas Agrícolas”, que traça um panorama atual e abrangente do setor agrícola em Portugal, com base nos dados mais recentes disponíveis.

O ano agrícola 2022/2023 foi considerado "extremamente quente" e o mais quente desde 1931/1932, conforme os dados do INE. A produção vegetal enfrentou desafios significativos, com a campanha de outono/inverno marcada pela grave seca, resultando numa produção de cereais para grão que totalizou apenas 93 mil toneladas, abaixo das quantidades obtidas em secas anteriores em 2005, 2012 e 2022. Embora as chuvas de dezembro e janeiro tenham permitido alguma semeadura, a mesma foi tardia e prejudicada por condições climáticas adversas, impactando o desenvolvimento das culturas.

Por outro lado, o milho para grão viu a sua produção aumentar 7% em relação a 2022, e a produção de arroz cresceu 15% devido a uma maior área cultivada e melhores rendimentos. A área dedicada ao tomate para a indústria também aumentou, alcançando 17,2 mil hectares e resultando numa produção de 1,69 milhões de toneladas, a segunda mais produtiva até agora.

Nos frutos, a produção de maçãs manteve-se estável em relação ao ano passado, embora tenha caído 15% na região Oeste, enquanto Trás-os-Montes viu um aumento de 8%. As peras, no entanto, registraram uma queda de 11%, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor, incluindo uma intensificação do fogo bacteriano. A produção de cerejas caiu drasticamente, representando menos da metade comparada a 2022, em consequência das adversidades climáticas.

Nos citrinos, houve uma queda significativa, com uma redução de 50% na produção de laranjas tardias em regiões como o Algarve. Por outro lado, a produção de vinho aumentou, atingindo 7,4 milhões de hectolitros, o maior volume desde 2001. A produção de azeite também foi notável, ultrapassando 1,75 milhões de hectolitros, mas a extração foi dificultada pela alta umidade das azeitonas.

No setor da produção animal, a produção total de carne caiu 1,1% para 904 mil toneladas. Embora a carne de frango e pato tenha apresentado aumentos, a produção de carne bovina, suína, ovina e caprina teve reduções. Quanto à produção de ovos, houve um leve crescimento de 1,8%, e a produção total de leite subiu 1,4%, embora tenha havido quedas nos leites de ovelha e cabra.

No que se refere à sustentabilidade ambiental, em 2022 foram comercializadas 9,1 mil toneladas de produtos fitofarmacêuticos, uma diminuição de 5,7%. O consumo de fertilizantes teve um aumento significativo de 38,6% em 2023. A atividade agrícola contribuiu com 6,9 milhões de toneladas de gases com efeito estufa, evidenciando uma redução em comparação ao ano anterior, e o consumo de energia também apresentou uma diminuição, resultante principalmente do aumento nos preços de petróleo e eletricidade.

O relatório do INE enfatiza a complexidade do setor agrícola em 2023, destacando tanto as dificuldades enfrentadas devido às condições climáticas quanto os aumentos em algumas produções.



Fonte: Agroportal