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15 de fevereiro de 2024

Desafios do Setor Agroalimentar em 2024

O artigo de opinião de Luís Mira retrata a sua abordagem relativamente aos desafios do Setor Agroalimentar para o ano 2024.

O setor agroalimentar atravessou um ano complicado, bem como a atividade agrícola, que lhe serve de base. De acordo com o autor, 2024 não será menos difícil e desafiante.

Toda a instabilidade dos mercados internacionais, devida não só à continuação da guerra na Ucrânia, como também pela constante emergência de novos conflitos militares com possível impacto nos mercados globais, faz com que os indivíduos fiquem inquietos pelo esperado decréscimo da inflação e da redução do custo dos fatores de produção agrícola.

Além destas questões, ainda existe o problema das eleições, tanto em Portugal como nos Estados Unidos, que podem provocar instabilidade nas relações internacionais e na estabilização dos mercados, mais propriamente no setor agroalimentar.

Deste modo, as perturbações mencionadas emergem num contexto onde o aumento significativo da população mundial ao longo dos próximos anos é bastante previsível, existindo, segundo a Organização das Nações Unidas, uma necessidade urgente em aumentar exponencialmente a produção mundial de alimentos, para corresponder a esse aumento populacional.

Todo este enquadramento cruza ainda com as alterações climáticas e com os desafios que as mesmas colocam à atividade agrícola e, consequentemente, ao setor agroalimentar.

Em Portugal, existem secas recorrentes e falta de água para regadio, juntamente com governos insensíveis ao problema e incapazes de estabelecer um plano de gestão de recursos hídricos, plano este crucial para que se estabeleça uma rede nacional de água bem constituída, com base em infraestruturas de retenção, armazenamento e transporte de água ao longo de todo o território nacional, de acordo com as necessidade pontuais das regiões. Um exemplo bastante recente disto é a falta de água no Algarve.

Neste sentido, o setor agroalimentar enfrenta muitos mais desafios. A qualidade dos produtos portugueses é reconhecida internacionalmente, porém, é necessário promovê-los nos mercados externos, fornecendo-lhes marca e valor. Um exemplo desta oportunidade é o facto de, na escassez de azeite, Portugal contribuiu enormemente para abastecer mercados como o espanhol e o italiano, nos quais este é um produto de grande importância e exigência.

Para 2024, a perspetiva de Luís Mira é a da articulação existente de forma regular há muitos anos com a distribuição, procurando resolver as diferenças entre as duas áreas de atividade de forma colaborativa, inclusivamente com o estabelecimento de protocolos em diversas áreas e sobre múltiplos aspetos da relação entre os dois setores.

Posto isto, os desafios constituem-se como difíceis e diversos. Apesar disso, o setor agroalimentar é fulcral para a nossa existência, pois a alimentação é uma das partes fundamentais do nosso ser. 

Os produtores tentam demonstrar a sua resiliência, com a superação dos múltiplos desafios que lhes têm vindo a ser lançados. O caminho para o futuro é de articulação entre produção, transformação e distribuição, no sentido de fortalecer o setor agroalimentar.

 

Fonte: Edição de Fevereiro 2024 Revista Voz do Campo