Apanha da azeitona: Qual o momento ótimo para a colheita?
O Papel do Associativismo na Inovação do Setor Vitivinícola em Portugal
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08 de março de 2024
Como podar as figueiras?
Foto de Jametlene Reskp em Unsplash
Descubra neste artigo como podar as figueiras, uma cultura que é tão tradicional no nosso país, que para consumo em fresco quer para produção de figos secos.
Em Portugal, a cultura da figueira é bastante tradicional, para consumo humano ou animal, ou até mesmo para destilação. Anteriormente, a figueira foi uma cultura importante nas regiões do Algarve, Moura, Torres Novas e Mirandela, apesar disso, o figo seco deixou de ser interessante para a indústria (destilação) pela falta de mão de obra e pelo aumento dos preços.
Posto isto, as propriedades nutritivas do figo e os seus efeitos benéficos para a saúde, fazem com que esta cultura esteja a regressar e a ganhar um interesse económico em diferentes regiões do país.
Hoje em dia, a cultura terá de ser feita com o mínimo de mão de obra e os figos para consumo em fresco terão de ser colhidos sem a ajuda de escadas ou escadotes e os figos para consumo em seco terão de ser colhidos diretamente da figueira sem passar pelo chão.
Neste sentido, a falta de mão de obra e consequente necessidade é para a poda e colheita, na medida em que a forma de condução das figueiras e altura das mesmas são fatores determinantes, assim como o compasso de plantação.
No que toca à forma das figueiras, a sua forma de condução é o vaso clássico, num compasso muito largo (10 x 10 m, 8 x 8 m, 8 x 6 m) com pernadas inseridas a 1,2m a 1,5m acima do solo, cada uma com 4 a 5 m de altura, o que cria figueiras com copas bastante largas e altas, incompatíveis com a colheita dos figos diretamente da figueira.
Uma vez que é necessária a redução dos custos de produção, as máquinas agrícolas terão de passar ao lado das figueiras e não debaixo. Deste modo, nas novas plantações, para formar um vaso baixo, a inserção das pernadas deve ser aos 0,5 - 0,6 m acima do solo. Já o topo terá uma altura máxima de 2,5m.
Consequentemente, o compasso de plantação deverá ser mais estreito devido a esta redução da mão de obra, sendo de 4,5 a 5m x 2,5 a 3 m, de modo a que o tempo “morto” da deslocação do colhedor / podador entre figueiras seja mínimo e o número de figos colhidos e árvores podadas seja máximo.
Relativamente à poda no primeiro ano, em vaso baixo e após a plantação e a rega das figueiras, as mesmas devem ser cortadas a 0,5 - 0,6 m acima do solo, devendo deixar, sempre que possível, o primeiro gomo abaixo do corte voltado para o vento predominante, sendo que este corte deve ser ligeiramente inclinado e feito até meados de fevereiro, para que o figueiral comece bem.
Por sua vez, em meados de abril devem ser selecionados os 5 ou 6 rebentos da parte mais alta da figueira, e que estejam mais bem distribuídos, eliminando os restantes.
De seguida, no fim do mês de maio, 3 a 4 ramos devem ser escolhidos para que formem as futuras pernadas sobre as quais se vai desenvolver a copa das figueiras.
Nestes ramos, os que tiverem um comprimento superior a 0,50 m, parte-se, manualmente, o gomo terminal para que a futura pernada diminua o crescimento em altura, engrosse e forme ramos laterais (se guarneça) (Figuras 4 e 5). Nos restantes, que nesta fase ainda não atingiram os 0,50 m, será efetuada a mesma operação logo que atinjam esse comprimento.
Até final de julho, em cada pernada, e sempre que esta cresça 0,30 m - 0,40 m após a última retirada do gomo terminal, elimina-se novamente o gomo terminal. Os ramos laterais das pernadas (antecipadas) que se dirigem para o interior da copa devem ser eliminados para não provocarem ensombramento no interior da copa. As futuras pernadas devem ficar com uma inclinação próxima dos 45º e bem distribuídas de forma a formarem um “círculo” pelo que, por vezes, é necessário colocar um arame / tubo, em forma de círculo, para ajudar na inclinação e na distribuição das mesmas (Figura 6). Estas intervenções em verde são fundamentais para ajudar as figueiras a formar a copa rapidamente tal como pretendemos, evitando-se assim que se formem ramos onde não são necessários.