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12 de janeiro de 2024
Apoios à biomassa com 45 pedidos mas setor alerta para custos elevados e falta de matéria-prima
Foto em Unsplash
O Governo quer reforçar a aposta das autarquias nos apoios à biomassa, mas operadores do setor alertam para a falta de resíduos e o preço elevado dos mesmos.
As dificuldades apontadas pelos operadores do setor da biomassa são: a floresta não está a produzir resíduos suficientes e os que existem são caros, uma vez que a biomassa é um recurso relevante para a transição energética e para a defesa e preservação da floresta, que todos os anos é vítima de incêndios rurais.
A realidade é reconhecida pelo Governo que, em 2023, lançou dois concursos para dinamizar o setor e para os quais foram submetidas 45 candidaturas — nove no âmbito do concurso para a construção de centrais de biomassa e 36 para a criação de ecopontos florestais ou de compostagem. Porém, de acordo com os operadores no setor ouvidos pelo ECO/Capital Verde, as dificuldades persistem.
Para o Centro de Biomassa para a Energia (CBE), o impacto esperado deste concurso “é naturalmente positivo” e poderá “fomentar o aproveitamento máximo” deste recurso, porém, alerta para o risco de um potencial “gap entre o que se espera e o que se vai efetivamente conseguir alcançar”. De acordo com o instituto, para o negócio da biomassa para a energia funcionar corretamente “tem que haver disponibilidade fiável e sustentável da biomassa em quantidades suficientes e com preços razoáveis”, algo que não se verifica nos dias de hoje.
Por outro lado, estas preocupações são também destacadas pelo presidente da Associação dos Produtores de Energia e Biomassa (APEB), Carlos Alegria que afirma que atualmente a biomassa “é escassa” e o seu preço “está constantemente a subir”, alertando que quanto mais longe das centrais a matéria-prima estiver localizada “mais caro” este recurso fica dado os custos de transporte.
O presidente da APEB adianta ainda que empresas como a Sonae Capital, que colocou à venda a central de biomassa de Mangualde, se estão a “afastar do setor” e outras com quem contactou “mostraram pouco interesse” em inaugurar novas instalações.
O primeiro concurso, cujas candidaturas encerraram no passado 20 de dezembro de 2023, contou com uma dotação de dois milhões de euros.
Fonte: ECO Sapo