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26 de abril de 2024
Alentejo prefere menos importação de vinho em vez de cortes nos apoios
Foto de Kelsey Knight em Unsplash
A Região do Alentejo prefere que haja menos importação de vinho, em vez de cortes nos apoios do setor.
O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, reconheceu que o “stock” de vinho por escoar trata-se de um dos problemas do setor. Apesar disto, o mesmo preferia que o travão fosse nas importações.
De acordo com o dirigente da comissão vitivinícola, “preferia que, a haver travagem, ela fosse feita às importações”.
Relativamente à entrevista do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, ao Jornal Público, Francisco Mateus apresentou novos dados perante a questão dos “stocks” levantada pelo governante.
Deste modo, o ministro da Agricultura salientou que existe vinho por escoar, defendendo que “terá de haver um travão” nos apoios para novas plantações de vinha, questionando ainda que se estejam a dar recursos financeiros para plantar vinha para depois se arrancar ou para o vinho ser destilado, adiantando que, até agora, foram gastos em destilação 60 milhões de euros.
Para Francisco Mateus, José Manuel Fernandes “está a fazer uma interpretação realista do atual contexto” e da identificação do “‘stock’ como principal problema”, porém alertou que “o cerne da questão não deve ser circunscrito à vinha”.
“Para compreender o problema do ‘stock’, ajuda-nos que a análise também considere a evolução da produção e das importações, por um lado, e as exportações e as vendas no mercado nacional, por outro”, assinalou.
Recorrendo a dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Francisco Mateus indicou que, na média dos últimos cinco anos, face aos anteriores cinco, a área de vinha diminuiu cerca de 10 mil hectares e a produção aumentou 52 milhões de litros por ano.
“Produzimos uma maior quantidade por hectare, sendo visível o efeito do Vitis (Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação da Vinha), que contribui para que as vinhas tenham maior competitividade e, é verdade, também maior produtividade, mas estamos a falar em mais 441 litros por hectare por ano”, disse.
Já as importações, segundo o responsável, “cresceram ao ritmo médio de 83 milhões de litros por ano, o que, somado ao aumento de 52 milhões de litros da produção, acrescenta 135 milhões de litros às disponibilidades”.
Fonte: Agroportal