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20 de setembro de 2024
A revolução da Inteligência Artificial na Saúde: Desafios e oportunidades
Foto em Unsplash
Bio-Med AI Summer School em Lisboa debate o uso de Inteligência Artificial na Saúde, reunindo especialistas e profissionais do mundo inteiro.
Nos últimos dias, Lisboa tornou-se o epicentro da discussão sobre a interseção entre inteligência artificial (IA) e saúde, ao acolher a Bio-Med AI Summer School. O evento, que ocorreu na Biblioteca Nacional, reuniu académicos, profissionais e estudantes de diversas áreas para partilhar conhecimentos e explorar as possibilidades e desafios que a IA apresenta para o setor da saúde.
Organizado pelo whatnext.law, um centro de investigação da Nova School of Law e da Vieira de Almeida, em parceria com a Fundação de Investigação Biomédica da Academia de Atenas, o encontro culminou na última sexta-feira e destacou a importância da inovação tecnológica na medicina. Tiago Bessa, sócio da Vieira de Almeida e membro da comissão científica do whatnext.law, frisou que o evento é um exemplo do propósito do centro em explorar temas jurídicos do futuro e antecipar tendências.
“Durante três dias, refletimos sobre a tecnologia que tem o potencial de transformar radicalmente os cuidados de saúde, mas que também levanta questões éticas e regulatórias que precisam de ser abordadas”, comentou Bessa. O foco na ética e na inovação foi um dos pontos centrais do programa, que também se dedicou a discutir as implicações do uso de big data e IA na biomedicina.
De acordo com dados da IDC, a adoção de soluções baseadas em IA pelos prestadores de cuidados de saúde deverá aumentar em 60% até 2025. Nuno André da Silva, do Hospital da Luz, exemplificou como a IA está a ser utilizada para melhorar a eficiência no atendimento: “A IA pode proporcionar resumos automáticos das consultas, permitindo que os médicos se concentrem mais nos pacientes em vez de na documentação”, explicou.
Outra aplicação prática está no uso de chatbots, como no grupo Lusíadas, onde um assistente virtual auxilia pacientes em agendamentos e oferece informações básicas. Josué Delgado, especialista em cibersegurança do grupo, destacou que a autonomia do chatbot é limitada para garantir um controle adequado.
Contudo, a implementação de IA na saúde vem acompanhada de desafios regulatórios crescentes. Com o novo AI Act da Comissão Europeia, as regras para o uso de dados de saúde foram reforçadas, exigindo uma maior responsabilidade e precisão na informação utilizada. Carolina Brites, especialista da Complear, salientou que “a proveniência e a qualidade dos dados são cruciais para garantir a fiabilidade das ferramentas que colocamos à disposição dos profissionais de saúde”.
O Bio-Med AI Summer School provou ser uma plataforma valiosa para discutir o futuro da saúde, onde a tecnologia não só promete transformar o cuidado aos pacientes, mas também exige uma análise criteriosa das implicações éticas e legais. Com renomados oradores e uma audiência diversificada, o evento pôs em evidência a necessidade de uma colaboração estreita entre tecnologia, saúde e ética para moldar o futuro da medicina.
Fonte: ECO Sapo