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09 de junho de 2025

A força da globalização alimentar

Foto em Unsplash 

A globalização alimentar revolucionou os padrões alimentares, promovendo a diversidade de sabores e a homogeneização da dieta, com impactos culturais e na saúde pública.

A globalização alimentar está a moldar profundamente a forma como comemos. Com mercados cada vez mais interligados, o fluxo de mercadorias, capital e informação permite uma escolha alimentar sem precedentes. O desenvolvimento de sistemas logísticos eficientes – por via marítima, aérea ou terrestre – encurtou distâncias, reduziu custos e trouxe à mesa sabores do mundo inteiro.

Este processo intensificou o comércio internacional de alimentos, permitindo que ingredientes outrora exóticos se tornassem comuns nos supermercados. É o caso do sushi, do dim-sum ou do molho Sriracha, que hoje fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas, mesmo a milhares de quilómetros da sua origem. 

Contudo, a globalização alimentar também trouxe uma certa uniformização. Dietas locais e tradicionais têm vindo a ser substituídas por padrões alimentares ocidentalizados, caracterizados pelo consumo excessivo de carne processada, produtos açucarados e cereais refinados, e um défice de frutas, legumes e cereais integrais. Este padrão alimentar é uma das principais causas de Doenças Crónicas Não Transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares ou alguns tipos de cancro.

Deste modo, Portugal, com a sua tradição alimentar mediterrânica e atlântica, é um exemplo de como diferentes influências históricas moldaram uma alimentação rica e diversificada. Desde os romanos, que introduziram o trigo, o vinho e o azeite, até aos árabes, que trouxeram o arroz, o mel e as frutas secas, a nossa gastronomia é um espelho da história. Os Descobrimentos abriram as portas à primeira verdadeira globalização alimentar, ao integrarem produtos como café, açúcar, especiarias e frutas tropicais na dieta portuguesa.

Posto isto, este cruzamento de culturas gastronómicas representa um dos maiores legados da globalização, mas traz também desafios: proteger a diversidade alimentar e promover escolhas mais saudáveis num mundo cada vez mais padronizado.



Fonte: TecnoAlimentar