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22 de julho de 2024

A cultura da figueira-da-índia no contexto das alterações climáticas

Fique a saber tudo sobre a cultura da figueira-da-índia e de que forma a mesma se tem adaptado face às alterações climáticas.

A humanidade apresenta inúmeros desafios, sendo um destes as alterações climáticas, que cada vez mais alteram o contexto em que todos vivemos. Em termos científicos, a projeção é de um cenário alarmante com impacto negativo na região mediterrânea e em todo o mundo.

Assim sendo, é crucial dispor de culturas alternativas, que tenham a possibilidade de se adaptar a condições adversas, com uma menor disponibilidade de água, bem como a temperaturas elevadas e solos pobres.

Posto isto, a figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica) é pertencente à família das Cactáceas, originária do México, introduzida na Península Ibérica no início do séc. XVI, onde se encontra naturalizada.

A figueira-da-índia apresenta características morfológicas, anatómicas e fisiológicas únicas que proporcionam resiliência a condições que sejam adversas.

Em termos de caules, são fotossintéticos e achatados (cladódios), com uma cutícula espessa. As suas folhas são de pequena dimensão e caducas com uma gema axilar, denominada de aréola. Em termos de aréolas, as mesmas criam normalmente espinhos e gloquídios, que são espinhos curtos e finos.

Posto isto, o fruto trata-se de uma pseudobaga com origem numa flor de ovário ínfero, apresentando um metabolismo fotossintético do tipo CAM (metabolismo ácido das crassuláceas), com estomas fechados durante o dia e abertos durante a noite, período em que existe fixação de carbono.

É por estas razões que a figueira-da-índia apresenta uma elevada eficiência no uso da água, com uma grande capacidade de suportar temperaturas altas, apesar de que a faixa de temperatura ideal para fixação de CO2 é de 25/15 ºC dia/noite. Por sua vez, esta planta tem ainda sensibilidade às baixas temperaturas e devem ser evitados locais onde a temperatura mínima é inferior a -5ºC.

Entre as múltiplas utilizações da OFI destacam-se o uso dos frutos e cladódios jovens (nopalitos) na alimentação humana e dos cladódios plenamente desenvolvidos, como forragem, na alimentação animal. Para além disso, existe um vasto potencial para utilizações não alimentares, explorando as suas propriedades medicinais, nutracêuticas e cosméticas.

 

Fonte: Revista Voz do Campo