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14 de fevereiro de 2024

A água e o desenvolvimento do mundo rural

No nosso país, a água e o desenvolvimento do mundo rural passam pelo progresso do Regadio.

A água é um bem necessário que existe no país, no entanto, a sua gestão não é feita da melhor forma, uma vez que a chuva está mal distribuída, com demasia no norte e escassez no Sul no Inverno, quando é crucial no Verão.

Esta questão é resolvida com a “Autoestrada da água”, um sistema de transferência de caudais [Douro-Tejo-Guadiana] constituído por estações de bombagem e canais ao longo do interior do país.

Para que exista equilíbrio e desenvolvimento do mundo rural, tal como existe um litoral mais urbano, industrial e poluidor, deve também existir um Interior forte, dinâmico e economicamente sustentável, na medida em que apenas o forte crescimento da Agricultura de regadio poderá auxiliar no desejo de equilibrar as coisas, de modo a evitar a subsidiodependência e dando aso a um desenvolvimento harmonioso do país.

Em regadio, Portugal apresenta cerca de 600.000 ha, correspondentes a 7% da área total (8.900.000 ha). Aqui, o objetivo passa por apostar na duplicação deste valor a médio longo prazo, principalmente nas regiões que tenham uma capacidade produtiva grande, tais como o Ribatejo, o Alentejo e o Algarve. Para que isso ocorra, é necessário que haja água.

Neste sentido, Portugal conta com cerca de 48.000 hm3/ano de águas superficiais, de acordo com o Plano Nacional da Água 2015, sendo que 16.000 hm3/ano são provenientes de Espanha.

Assim, o país consegue captar, em média, na Agricultura, Turismo, Indústria e Abastecimento Urbano, de acordo com o mesmo PNA2015, 4.500 hm3/ano, quantitativo que, a longo prazo poderá atingir, em resultado de diferentes fatores, incluindo as alterações climáticas no pior cenário do IPCC (RCP8.5), um máximo de 6.000 hm3/ano. Considerando um retorno global da ordem dos 25%, Portugal usa (captação – retorno) atualmente, cerca de 3.400 hm3/ano, valor que poderá atingir, a longo prazo, os 4.500 hm3/ano.

Ou seja, o País usa, atualmente, (3.400/56.000) = 6% da água disponível e, a longo prazo, poderá vir a usar (4.500/39.000) = 12% das disponibilidades totais de água ou, se Espanha “fechar a torneira”, (4.500/28.000) = 16% das disponibilidades nacionais.

Assim sendo, Portugal não tem, nem nunca terá, falta de água, que está é mal distribuída no Tempo – chove no Inverno e nos Anos Húmidos e é necessária no Verão e nos Anos Secos, o que implica a existência de barragens de armazenamento, e no Espaço – chove mais a Norte e é mais precisa a Sul, o que implica sistemas de transferência de caudais.

Deste modo, o que falta é um Sistema de Transferência de água do Norte para o Sul, criando uma AUTO-ESTRADA DA ÁGUA pelo interior do País, no eixo [Douro-Côa-Sabugal-Meimoa-Zêzere-Tejo-Nisa-Portalegre-Caia-Guadiana-Alqueva-Mertola-Pomarão-Algarve], salvaguardando as diferentes realidades arqueológicas, culturais, ambientais e agrícolas relevantes, incluindo o Parque do Côa.

 

Fonte: Agroportal